Natal Bracarense é no Bananeiro

Tradição natalícia gera boas energias e experiências mágicas no Centro Histórico

Com a chegada de dezembro, o aroma de castanhas e músicas natalícias tomam conta das ruas de Braga. Os tapetes vermelhos se estendem pelo chão histórico e os piscas decoram vitrines e varandas. Mesmo com o frio e chuva típicos da estação, a população passeia pelas ruas e aproveita a programação natalícia que conta com desfiles, apresentações e muita música. Mas isso é só um aperitivo do que realmente acontece na noite do dia 24. É nessa data que o povo se faz presente na Rua do Souto, principal do Centro Histórico, participando do evento mais tradicional da época. Com quatro décadas de história, o Bananeiro começou de forma despretensiosa. Uma confraternização de comerciantes amigos ao fim da tarde foi o início para uma crescente tradição, que aproxima a população com boas energias e votos de “Boas Festas”. O cidadão bracarense costuma ser muito acolhedor, visto que grande parte da popularidade do Bananeiro deu-se ao “boca a boca” dos participantes da confraternização, que convidavam, ano após ano, mais amigos para participar da reunião em frente à Casa das Bananas, um dos estabelecimentos mais antigos da cidade. Assim, foi necessário a Casa providenciar um balcão à entrada, para melhor atender o público. Dessa maneira, o Bananeiro é quase um pequeno São João, recebendo com alegria os turistas e curiosos que espreitam a festividade, fazendo parte da tradição e retornando nos anos seguintes. Como é o caso da bailarina teuto-brasileira Bárbara Stephanie, de 30 anos, que visitou o Bananeiro pela primeira vez em 2016 e retorna em 2018. “Foi muito alegre! Me lembro da luta para entrar na Casa das Bananas, porque estava cheio. Ah, e quem chega tarde também não encontra mais bananas! Em Hamburg, minha cidade, eu nunca vi algo parecido com essa tradição e gostei muito. Esse ano vou com minha mãe e filho.”, disse. As festividades começam por volta das 16h, quando o Centro Histórico começa a ficar cada vez mais movimentado. O comércio fecha as portas, mas isso não espanta o público. Na verdade, é só mais um sinal de que as ruas ficarão lotadas em breve. Com o cair da noite, a promessa cumpre-se. A temperatura da Rua do Souto chega a subir, consoante ao número de pessoas que param à frente da Casa das Bananas. O objetivo é comer a fruta e tomar um moscatel de Setúbal e essa tradição tem propósito. Não era barato consumir bananas e licores engarrafados nas típicas garrafas das Caldas da Rainha e para possibilitar a todos um sabor incomum, a Casa Das Bananas inventou o “toquinho”, nada mais que restos bons de banana cortadas em disco e vendidas à “molhada”, alegrando as crianças da cidade. E como era de se esperar, não caiu apenas nas graças dos miúdos. É certo que de forma simples e barata todos degustam da tradição da noite, que pode ser um pouco invulgar aos olhos de fora. “Eu acho que para o paladar do brasileiro é um pouco estranho comer uma banana e tomar o moscatel e para ser sincera, não achei bom. Mas achei a festa extremamente divertida e diferente! As ruas ficam cheias, com muitos jovens, as pessoas bebem e comem mesmo muita banana e moscatel.” conta Soraya Frade, brasileira que esteve na festividade no ano anterior. Para aproveitar o momento em
grupo, não se esqueça de preparar a ceia com antecedência e deixar tudo a postos para ser servido ao retornar da festa. Apesar de começar durante a tarde, o Bananeiro estende-se por toda a noite e talvez depois de muitas bananas e moscatéis, não queira saber de mexer em panelas. Participe e divirta-se!

Jornal Olhar

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