ENTREVISTA: A Rainha do Sertanejo Roberta Miranda

Portugal me deu muitas felicidades. É um país que consumiu quase 2 milhões de discos da Roberta Miranda

Roberta Miranda planea shows em Portugal e promete um espetáculo bonito e repleto de sucessos

Após 20 anos longe dos palcos lusos, a Rainha do Sertanejo,  Roberta Miranda, retona a Portugal em 2019 para uma turnê repleta de sucessos. A cantora conversou com o “Olhar Brasileiro” e falou sobre a carreira, sucesso e o futuro da música sertaneja.

Você é considerada a Rainha do Sertanejo. Atualmente, vemos muitas mulheres a ter sucesso na música sertaneja, mas nem sempre foi assim. Conte-nos como foi a sua trajetória. Sofreu com o preconceito?

São mais de 30 anos de trajetória. Considerando um tempo tão vasto como esse e que o sertanejo era, até então, dominado por bota e chapéu, posso dizer que foi difícil, aliás, dificílimo. É claro que sofri bastante preconceito e de todas as formas possíveis, mas sempre fui muito disciplinada e determinada. Quis vencer, tive garra e isso fez com que o caminho fosse aberto para que hoje as meninas pudessem chegar ao sertanejo de uma forma muito mais light.

O que acha da ascensão das mulheres na música sertaneja?

Acho importante. Fiquei mais de 25 anos sozinha nesse mercado, pedindo para que aparecessem vozes femininas para o mundo sertanejo. A MPB era cheia de representantes, mas no sertanejo não tínhamos. Fui para as rádios e em todo o programa perguntava: “Gente, cadê as mulheres (cantoras)?” Que bom que hoje nós temos essas vozes femininas.

Hoje, tem 32 anos de carreira. Como é ser reconhecida pelo público como a Rainha do Sertanejo?

Ser reconhecida pelo público é algo que me deixa feliz. Nunca pensei que mereceria este título, mas a partir do momento que o público me consagrou, sempre tentei fazer jus a essa bandeira e deixar um legado de uma forma muito bonita, consciente, com muito amor e paixão pela música sertaneja.

Com o poder da internet a crescer nos últimos 20 anos, vivenciamos uma forte mudança em várias áreas e assim também na música. O digital proporcionou uma maior facilidade do artista em se relacionar com o seu público. Muitos artistas lançam as suas músicas em plataformas digitais e em redes sociais. Alguns afirmam que este movimento trouxe mais diversidade, liberdade e possibilidade de criação. Qual a sua opinião sobre isso?

Realmente as redes sociais trouxeram muito mais gancho, principalmente para o artista novo que pode sair do anonimato de uma forma bastante rápida. O digital proporciona muito mais oportunidades e é um caminho sem volta, em que você pode mostrar sua música, a sua arte, e ir em frente. Essa liberdade, essa reflexibilidade que temos, enfim, esse modo novo que há 20 anos não tínhamos de se transformar é algo muito bom e bastante importante.

E, por falar em redes sociais, a Roberta é um sucesso no Instagram. É muito assediada na web?

A internet pra mim é algo incrível! Tudo começou sem nenhuma pretensão. Fui mostrando como sou na minha casa, com minha família… Minha mãe sempre falava: “oh filha, você quando sai,  a casa fica vazia”. E eu sempre fui assim, bastante menina, brincalhona e a rede social entendeu esse meu jeito de ser. Talvez, por isso, esse grande sucesso está sendo alcançado.

É verdade que fingia para os seus pais que ia para o curso pré-vestibular, mas na verdade ia treinar seu violão e escrever as suas canções. Quando é que decidiu contar para os seus pais que não desejava fazer o curso na universidade?

É verdade sim. Eu fingia e fugia dos meus pais. Primeiro, porque nós éramos extremamente pobres e estudo era pago com muito sacrifício. Mas eu fugia e ia tocar violão com os amigos, até que um dia eles descobriram e eu levei uma bela surra, mas mesmo assim não aprendi não… Continuei (risos).

Faz 20 anos do seu último concerto em Portugal. O que o público pode esperar dos shows em terras lusas? Como será o repertório?

Sim, são 20 anos de ausência. Tenho muita saudade dos portugueses, dos angolanos que moram aí. Portugal me deu muitas felicidades. É um país que consumiu quase 2 milhões de discos da Roberta Miranda. É um povo que eu adoro, tenho muita ternura por todos vocês. Sobre os shows, posso adiantar que serão espetáculos muito bonitos e elaborados.  Levarei um show adaptado, porque sei que tem algumas canções que os portugueses adoram e não posso deixa-las de fora, como: “Cabecinha no Ombro”, “Te Amo, Te Amo” e “Sol da Minha Vida”, por exemplo. Essas são algumas que estarão no repertório para Portugal.

Jornal Olhar

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