O ambiente de trabalho não é a extensão da nossa casa

Todos nós crescemos ouvindo que para ser bem-sucedido profissionalmente é preciso estudar. Então, obviamente a nossa preocupação da vida será em estarmos qualificados para o mercado de trabalho, para isso nos dedicamos em formação académica, curso de idiomas, especialização, etc.

De facto, um currículo recheado de qualificações enchem os olhos. O profissional que está sempre a estudar sem dúvidas ganhará pontos com o recrutador, pois será avaliado como alguém atento e curioso.

Porém, é importante saber que uma boa qualificação servirá para abrir uma porta de emprego, mas quem garantirá que essas portas continuem abertas serão as suas competências comportamentais.

Por que você acha que os recrutadores tendem a descartar currículos de profissionais que permanecem pouco tempo no emprego? Exatamente por saber que o comportamento é que determina a sua durabilidade na companhia. O que se deseja descobrir no momento em que se consulta suas referências profissionais? Certamente sobre suas atitudes, comportamento.

Entenda que a empresa é um ambiente formal, com regras, código de conduta. Alguém fundou um negócio e construiu a cultura da empresa, e espera que ela seja respeitada e levada a sério. Então, por mais descontraída que seja a companhia, entenda que ela não é a sua casa.

Regras: Você não precisa concordar com as regras da instituição, mas precisa respeitá-las. Já trabalhei, por exemplo, em uma empresa que proibia o uso de auscultadores e, apesar de não concordar (ouvir música me ajuda na concentração), eu precisava acatar de forma respeitosa aquela ordem. Pior do que desrespeitar as regras é disseminar discórdia contra a empresa. Sabe aquele funcionário que faz piada com o chefe, que zomba de
uma ordem ou que incentiva indisciplina? Pois, não seja assim.

Relações no trabalho: Ter amigos no trabalho é maravilhoso, facilita a sua interação com a empresa e torna o serviço mais leve. Contudo é bom saber dosar as conversas de cunho pessoal, evitar assuntos polémicos, fugir de fofocas e praticar sempre a imparcialidade (é difícil, mas se esforce).

Aparelhos eletrônicos: Muitas empresas já proíbem o uso de telemóveis durante o expediente; porém, se onde você trabalha o acesso é permitido, use o bom senso e a moderação. Utilize o horário de pausa para navegar nas redes sociais, fazer suas ligações, ouvir música. Importante também que durante o expediente o seu telemóvel esteja no modo silencioso, isso mostra respeito para com a empresa e os colegas.

Liderança: Seu chefe não é seu amigo, e mesmo que seja, essa relação de amizade precisa ser mantida apenas fora da empresa. No ambiente de trabalho seu chefe é o responsável pela sua produtividade e resultados, e sua autoridade enquanto líder precisa ser compreendida e respeitada.

Polivalência: Eu sei, você foi contratado para fazer X, mas se porventura a empresa precisar de alguém que também faça Y e perceber que você tem condições para fazer X e Y, porque não aceitar? Agregar novas atividades vai te dar a oportunidade de ganhar a confiança da empresa e mesmo que você não se beneficie financeiramente, estará adquirindo experiência e novas habilidades. Lógico que as competências técnicas são importantes, mas não esqueça de que você não é o seu currículo; você é o seu trabalho, e a maneira em que você o executa será avaliada tanto quanto os seus resultados.

Karol Barreto
Especialista em Gestão de Pessoas

Jornal Olhar

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