Viktor Frankl foi um Neuropsiquiatra Austríaco fundador da psicoterapia chamada Logoterapia. Ficou mundialmente conhecido pela publicação de seu livro intitulado “Em Busca de Sentido” que aborda a sua experiência como prisioneiro de nazistas em Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. No período de três anos Frankl enfrentou situações adversas de violência física e psicológica, como, subnutrição, insalubridade, trabalhos forçados, frio intenso, doenças, privação e a incerteza de que estaria vivo no dia seguinte.
Por meio de sua experiência pessoal em Auschwitz, Frankl notou que os prisioneiros apresentavam distintos comportamentos perante a vida, os quais surgiam por conta da pressão psicológica que recebiam dos guardas. Pensar que todos os objetivos de vida, nomeadamente, relacionamentos interpessoais, saúde física e psicológica e os bens materiais adquiridos tinham se perdido, fez com que a morte de alguns prisioneiros não fosse somente por maus tratos e subnutrição, mas também por suicídio. Entretanto, alguns prisioneiros tornaram-se pessoas melhores do que eram antes do campo de concentração, mantinham-se esperançosos de que este momento da vida era passageiro e continuariam os seus projetos de vida.
Neste sentido, Frankl percebeu que aquilo que move o ser humano é a sua capacidade de escolha e é ela que proporciona a liberdade às pessoas, ou seja, a atitude frente as circunstâncias e adversidades da vida. E assim surgiu a Logoterapia, a qual compreende que em alguns momentos da vida podemos nos deparar com barreiras ou momentos difíceis, mas como reagimos a estes percalços é o que define a nossa liberdade de escolha.
Esta teoria pode ser aplicada nos momentos adversos que enfrentamos no cotidiano e obter ensinamentos. Por exemplo, imagine que você percebe que o seu rendimento profissional não está adequado. Ficar irritado e se lamentar não solucionará a situação. Da mesma forma, estar em um novo país pode trazer desafios, apegar-se a uma ideia singular sobre como enxergar a vida pode ser limitador e isto pode dificultar o seu dia-a-dia.
É mais construtivo enxergar as situações-problema sob um novo viés, explorando possíveis soluções e construindo novas pontes. Evidente que isto não é fácil e em alguns casos precisa-se da ajuda de amigos, familiares e até profissionais.
Assim podemos concluir que é você quem escolhe a forma como enfrentará a vida e tem a liberdade de escolha, obtendo uma produção interna de valores. Foi isto que fez com que Frankl e outros prisioneiros sobrevivessem ao Holocausto com disposição, coragem e dignidade. Mesmo que você esteja passando por algum momento difícil em sua vida nunca se esqueça que você tem o controlo e a liberdade de escolha de como reagir.
Anelise Cossio
Psicóloga