Na creche, o que fazer na hora do choro?

Para crianças até 3 anos, esse desabafo é uma forma de comunicação importante.

Saiba aqui qual é a melhor maneira de lidar com as lágrimas.

Adaptar-se ao ambiente e à equipa da creche, despedir-se da família, avisar que a fralda está suja ou que a barriga dói, perder um brinquedo para um colega, isso tudo Pode não parecer, mas a vida de uma criança até 3 anos tem uma porção de desafios e uma boa dose de “estresse!” Sem contar com a fala bem desenvolvida, os pequenos não têm muitas opções além das lágrimas, que podem acompanhar chorinhos sofridos ou mesmo choradeiras de assustar a vizinhança.

Para o educador, enfrentar momentos como esses está longe de ser fácil. É natural que surjam sinais de frustração e falta de entendimento. Mas tudo fica mais simples quando se conhece o desenvolvimento infantil, se há acolhimento e uma permanente construção de vínculos afetivos com os bebés e as crianças, um trabalho fundamental, que começa ao iniciarem a adaptação e segue ao longo do ano. Nos primeiros dias da criança na creche, a equipa ainda não consegue distinguir os tipos de choro dela. Há o que expressa dor, o de “acordei”, ou o de “vem-me buscar”, e o de saudade, entre tantos outros. Quem investe em um cuidado atento passa a identificar essas diferenças e, assim, descobre qual é a melhor atitude a tomar.

Para decifrar as lágrimas, é preciso ter em mente que o objetivo dos bebés é comunicar que algo vai mal. Uma vez que eles relacionam o choro a uma reação boa, pois afinal, alguém vem atendê-los. Esse é o jeito que eles tentam para comunicar e dizer “estou a tentar lidar com um problema, mas não está fácil”. Por isso, é importante tentar entender o que o choro expressa. Quando há dor física, deve-se agir no ato e buscar as devidas orientações médicas, já a dor emocional também merece ação rápida e aconchego. 

Partindo dessa premissa, tomar atitudes preventivas baseadas no acolhimento constante é um caminho atento e cuidadoso. Logo será notada a importância do brincar junto e do estar próximo, atento às realizações e descobertas dos pequenos. Dar atenção nesses momentos, e não apenas na hora de impor limites, gera tranquilidade e faz o pranto diminuir.

Não é raro que um simples conflito tome proporções de um “desastre mundial”, com direito a gritos, sacudidas pelo chão e soluços sem fim. Às vezes, a criança perde o controlo e não consegue voltar ao “normal” sozinha. Não dá para cruzar os braços e esperar isso passar nem tentar resolver na conversa. Também não vale cair na armadilha de fazer chantagens para o choro cessar. O melhor é mostrar que entende o problema e pedir que ela respire fundo, lave o rosto e se sente no seu colo, passando a mensagem de que você confia que ela se vai acalmar. 

BIBLIOGRAFIA

Creche: Organização, Montagem e Funcionamento, Gilda Rizzo, 400 págs., Ed. Record.

Carla Rodrigues

Educadora de infância

Jornal Olhar

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